Que pena não podermos conviver com pessoas tão sábias como o
Edson Kaiapó e a Veronilce !
Renata Delduque
Sinto saudade do meu breve tempo entre os Tapirapé, no final dos anos 70,
povo gentil e acolhedor.
Fui adotada cerimonialmente por eles, que me deram o nome Porãke'i.
Eu tinha 22 anos, estou com 65, mas lembro bem do privilégio da convivência
com eles. Meu tamakorã se desfez com o tempo, mas ainda tenho o casco
de tatu onde levava farinha de puba e o remo que fizeram para mim.
É difícil transmitir a importância da terra para os povos indígenas para quem vê a
terra como algo que se compra-vende. Os Tapirapé enterravam seus familiares no
chão de terra da casa e as placentas, o ciclo da vida. São ligados a constelações e
energia de animais que fazem parte daquele território.
Com muita luta conseguiram a demarcação da terra, mas ela é continuamente invadida.
Agora sofrem a cercania da fronteira da soja e a violência que ela traz.
https://youtu.be/c0TvTg1aWDM
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