quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Vivendo dias melhores



Vivendo dias melhores
Qual o período de tempo que você, profissionalmente, pode se dedicar ao trabalho sem se prejudicar? Existe um tempo ideal? 6, 8, 10, 12 horas diárias, ou mais?
É bom deixar claro que trabalhar faz bem! É o desequilíbrio, o excesso de trabalho, o gerador invisível de sérios problemas que atinge o contexto pessoal/familiar, a sua saúde física e mental e, por consequência, também a sua vida profissional.
Atenção: nunca aceite um trabalho considerando apenas os seus ganhos financeiros! Este é um desafio supremo para todos os profissionais. O mercado de trabalho, geralmente quando vende oportunidades de altos ganhos financeiros, não menciona as perdas relacionadas à qualidade de vida que o profissional (ser humano) será submetido. Na maioria dos casos, o profissional quando percebe que está sendo explorado, já está sofrendo as consequências nocivas do excesso de trabalho (esgotamento, atrofia intelectual, racionalismo financeiro, insensibilidade emocional, depressão, stress etc.).
É importante destacar que muitos empresários, racionalistas e gananciosos, ainda aferem (exploram) o máximo do capital humano, como se fosse uma simples tecnologia, uma máquina, um ser inanimado, só um composto de pernas, braços e desejos mínimos emocionais por sobrevivência digna, que pode ser anulado, postergado, ou minimamente atendido, renegado de considerações afetivas e sociabilidade para além de seus deveres profissionais.
Alguns segmentos da economia varejista e atacadista, também algumas indústrias e setores de serviços, precisam mudar urgentemente o modo de interpretar o papel do ser humano como força de trabalho, gerador de produtividade e agregador de ideias e fator dinâmico do desenvolvimento organizacional, isso vale para as esferas estratégicas, táticas e operacionais.
O tema jornada de trabalho trata indiretamente da qualidade de vida, pois passamos a maior parte de nossas vidas trabalhando! Por que muitos profissionais brilham em determinadas empresas e definham em outras, mesmo sendo a mesma tarefa a ser desempenhada?
Isso tem a ver com a cultura, com o clima organizacional, a jornada de trabalho, perfis de relacionamentos interpessoais e de lideranças, um termômetro invisível que poucos conseguem capitalizar numa planilha de custos e investimentos. O setor de Recursos Humanos, desde que apoiado (sem falsidades) pela Diretoria, quando conta com uma Coordenação de Treinamentos cuidando da Cultura Organizacional, tudo flui de maneira mais justa, produtiva, coerente e eficaz.
O maior desafio ainda está na mudança da mentalidade de muitas Diretorias que, infelizmente, não podem ser substituídas. Diretorias míopes, apoiadas por profissionais de baixa postura ética, não conseguem confiar o suficiente no capital humano como fator estratégico, um diferencial importante para o desenvolvimento dos negócios. Acredita-se que é mais simples, barato e correto, tratar pessoas como engrenagens, peças de reposição, capital a ser explorado friamente através de brechas nas leis trabalhistas. Imagine como seria o ambiente profissional de muitas Organizações se não existissem leis trabalhistas? Seria melhor ou pior? Qual a tendência aí onde você trabalha?
            Ao invés de criarem confiança recíproca e ganharem aliados fiéis, como se já não bastasse às surpresas desagradáveis que o próprio mercado se encarrega de trazer, os dirigentes acabam alimentando o medo, a insegurança, ressentimentos, a desconfiança e criam toda uma espécie de azar que o seu negócio não precisaria ter, conviver.
Um exemplo clássico e triste, a profissão de gerente de supermercado, em recente entrevista com os responsáveis por contratações, Recursos Humanos do Grupo Semar de Supermercados, atuante com 12 lojas em São Paulo (Litoral Norte, Região Metropolitana da Capital e Vale do Paraíba), revelou-se uma escala com início às 10 horas da manhã que vai até as 10 horas da noite, o gerente ainda deve aguardar o último cliente a deixar a loja! Ou seja, acrescenta-se pelo menos mais uma hora na jornada diária (12 a 13 horas!). Oferecem uma folga no meio da semana, e um domingo ao mês. E aos sábados, domingos, feriados e férias escolares, são os momentos que merecem toda a atenção (presença) do gerente. Que a verdade seja dita: é um modelo dinossauro de política de contratação e manutenção do quadro de seus profissionais, e justamente na esfera tática dos negócios.
O dia possui 24 horas, se o profissional (ser humano) dedicar 12 horas ao trabalho, 8 horas para seu sono recuperador, já se foram 20 horas! Restaram 4 horas para serem utilizadas em seu trajeto até o trabalho (ida e volta), para o "luxo" de se relacionar com a sua família, para se atualizar profissionalmente (estudar), cuidar de seu lazer, ou repor a sua saúde desgastada pelo excesso de trabalho.
Nestas condições, o profissional submetido, mesmo repleto das melhores intenções e sendo persistente, acabará assimilando um modo de vida exclusivo, que o obriga a se viciar no trabalho. E, se conseguir encontrar tempo qualitativo fora do trabalho, apenas sentirá o leve cheiro de que também possui uma vida social (dinâmica), acontecendo fora de seu ambiente de trabalho (família, amigos etc.).
Será que os diretores nunca receberam a sugestão de que algo está errado, o sutil recado dado pela alta rotatividade de profissionais no quadro de gerenciamento? Vale ressaltar que nada impede de adotarem 2 gerentes em trabalho de equipe, escalas de 6 horas cada, com a equivalência da metade do pagamento que investem em 1 gerente, permitindo mais qualidade de vida (mesmo com menor ganho financeiro), dedicação qualitativa e atualização técnica dos profissionais e, por consequência, amplos resultados positivos (reais).
Isso funciona para quase todas as esferas organizacionais e inúmeros tipos de negócios, basta querer. Ou será que a intenção é realmente o sacrifício rotativo de profissionais? Lembremos que para existir o explorador, primeiro é necessário que existam outros que aceitem a exploração.
Os empresários (a maioria) descredenciam o ser humano como fator primordial para as atividades sustentáveis de seus negócios, em outras palavras: quanto menos gente, melhor. Acredita-se ser dispensável, facultativa, a atitude de investir na qualidade de vida, na qualidade dos seres humanos que lhes servem. Direcionados pela "faca no pescoço", pela omissão, a desmotivação, a rotatividade elevada, as anomalias comportamentais nos expedientes, tudo justifica o racionalismo "lucrativo", governado por uma visão imediatista, senão medíocre, do contexto econômico. Não por coincidência, o Grupo Semar de Supermercados, já registrou lojas lacradas (fechadas) pela Fiscalização Sanitária, incêndio, e outros problemas dos quais refletem, direta e indiretamente, a precária preparação e comprometimento de seus profissionais.
Você profissional, em determinados momentos da vida, por um período não extenso de tempo, se sujeitará a determinados sacrifícios, em nome de um ideal, de uma necessidade importante, mas nunca deve se deixar levar, descuidar do equilíbrio que a qualidade de vida (vida saudável) se faz necessária ao longo do tempo (que é limitado) para a sua existência integral, que inclui ser feliz.
A vida, com seus sacrifícios inevitáveis, sempre será interessante e gratificante, mas não para se findar na dedicação exclusiva a uma rotina, do mesquinho objetivo de apenas lucrar ou trabalhar, como se o dinheiro e o trabalho justificassem todos os sacrifícios e omissões pessoais.
Tudo dependerá de sua compreensão (limitada ou não), de como você se vê como ser humano, como pessoa, de sua maturidade emocional e intelectual, da consciência de quem você é, o que representa felicidade em sua vida. E, frente ao Sistema Econômico, qual o preço que você permite que etiquetem a sua qualidade de vida?
Autor: Alexandre Arrenius Elias
Por uma nação de leitores transformadores
Você quer algo diferente?
Vamos procurar e analisar, com certeza encontraremos e assim teremos dias melhores.
Clique  na seta vermelha e se te interessar, voltamos a conversar.
Boas mudanças e Tenha Um Feliz Natal!

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